sábado, 13 de dezembro de 2008

Trabalho por encomenda

Na vida 'despreocupada' que levo, com independência e relativa liberdade pessoal e profissional, reparo que a necessidade de satisfazer o cliente traduz-se numa «prisão» igual à que muitos dos meus colegas têm nos seus empregos.

Os meus amigos enfrentam todos os dias a obrigação de estar no emprego a determinadas horas, de lá permanecer fazendo alguma coisa mais ou mesnos importante e que garanta que no final do mês irão ter a retribuição esperada. Uma vez por ano, são sujeitos a um processo anedótico de avaliação em que todos fingem ser ou os melhores ou que são maus mas não tão maus como isso. Enfim, vamos lá manter o emprego!

Quando deixei de ter emprego e de andar a aldrabar como os outros, fiquei só com trabalho. Enfim, todo o trabalho para o qual ainda possuía conhecimentos ou competências e conforme as minhas capacidades de tempo e recursos, ou seja, não muito por impossibilidade física. Passo a explicar, o trabalho para outros implica a oferta de disponibilidade de tempo exclusiva, o que impede de se poder trabalhar ao mesmo tempo para mais do que um cliente. Até se pode tentar, mas há sempre o risco de perdermos o cliente actual.

Passamos a trabalhar por encomenda e a adorar ter, de vez em quando, uma aberta para não fazer nada. Férias é difícil de marcar, porque antes de as podermos tornar fixas com compra de hotel e viagens, algum cliente marca algo que é «indispensável» para ele.

Vou ter de programar tempo para conceder ao meu mais importante cliente - Eu.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Não partir de todo

Viajar em trabalho já dissemos que é diferente de turismo. Isso é o que alguns pensam que é a vida folgada que vivem aqueles cuja vida implica estar em diferentes partes do mundo em colaboração com outros.

Antes da partida há sempre alguma preocupação e ansiedade. Não é o problema de fazer mala, para esse temos um treino grande e faz-se em 30 minutos. Não, trata-se da preparação técnica, de aguardar a documentação, ter de fazer vacinas ou consultas médicas para obtenção de receitas de medicamentos, etc.

Demora tempo, aquilo que se vai fazendo é condicional e às vezes não temos mesmo a certeza de irmos. Porque para alguns destinos é necessário obter vistos, percorrendo um percurso burocrático mesmo idiota.

Tão burocrmático como exigirem o preenchimento em maíusculas, com caneta de cor preta e, de cada vez que se pede o vitso, duas fotografias do tipo passe. A papelada toda é depois deixada à espera e, todas as semanas, (das duas ou três) que esperamos alguém por duas vezes tenta levantar os documentos já com a autorização concedida.

Pelo meio, este ano ocorreu a festa da independência de Angola (11 de Novembro) e o consulado «organizou» no Parque das Nações uma jantarada com festa. Emitiu convites mas alguém entendeu falsificar uma grande quantidade e em vez dos convidados esperados quem estava na festa eram os penetras.

O caso passou a ser de polícia e de zaragata e confusão. Isto dois dias antes da partida. No dia seguinte «lambiam» ainda as feridas e procuravam, os bodes expiatórios. Uma confusão atrás de outra e o trabalho não se fez.

Último dia. De manhã não são emitidos vistos e... de tarde o consul dá tolerância para as pessoas descansarem dos preclaços da semana.

Desta vez nem partimos.

Vejam a notícia:

"O Consulado de Angola em Lisboa informou hoje que abriu um "processo de averiguações" para apurar responsabilidades relacionadas com os desacatos ocorridos fora do recinto onde sexta-feira à noite decorreu a festa comemorativa do Dia Nacional de Angola.
Um comunicado do Consulado de Angola enviado à Agência Lusa adianta que a comemoração decorreu com "a total normalidade dentro do recinto", mas que se "verificaram fora do mesmo desacatos diversos dos quais resultaram danos materiais e, mais relevantes ainda, danos colaterais que afectaram a imagem de Angola".
Isto - acrescenta a nota - "num dia que deveria ter servido para cimentar a credibilidade que o povo e os dirigentes angolanos, em geral, e os residentes Angolanos em Portugal, em particular, procuram cultivar".
Na base dos problemas esteve o facto de terem sido emitidos e vendidos "bilhetes falsos que, sem a grande maioria dos seus adquirentes saber, causaram constrangimentos diversos à organização e a todos quantos legitimamente marcaram presença na comemoração do 33/0 aniversário da independência de Angola, explica o consulado.
Segundo noticiou hoje a cadeia de televisão SIC, dezenas de pessoas protestaram porque foram impedidas de entrar no recinto, junto ao Parque das Nações, levando à intervenção da PSP.
O Consulado de Angola esclarece que, dada a evolução dos acontecimentos, a organização do evento "solicitou a intervenção policial para repor a ordem pública" e "embora alheio às razões que provocaram os desacatos, apresenta as mais sinceras desculpas ao todos quantos se sentiram lesados pelo sucedido.
Agradece também "a pronta intervenção policial que, com toda a correcção, repôs a ordem pública".
Segundo os cálculos da organização, a iniciativa de 2008 de comemoração do Dia Nacional de Angola indicava que o evento acolheria de 2.000 a 2.500 pessoas, sendo que "além de alguns, poucos, convites oficiais, o acesso às comemorações fazia-se pela aquisição de bilhetes ao preço simbólico de cinco euros", nada fazendo prever o sucedido.| Lusa"

Ah! Ah! Ah!

sábado, 18 de outubro de 2008

Se pudesse decidir... sobre tudo

No meu trabalho mais comum, que é contribuir para que outros consigám melhorar a forma de trabalhar, através de conselhos e apoio, vejo-me muitas vezes a fazer coisas de forma repetida e sem poder alterar a sua realização.

Ou seja, o cliente é quem decide de forma desorganizada e sem método, segundo o meu ponto de vista, e eu, o consultor, lá vou fazer aquilo que ele pretende.

Por um lado, até é bom porque representa ter trabalho, mas ao mesmo tempo, faz com que seja como que um operário que, todas as semanas, neste caso, repete sempre a mesma produção,  ou algo muito parecido.

Então é assim, chego às 9.00 e pelas 9.05 começo a falar tentando estimular os participantes (muitas vezes só um) para participarem e oferecerem a sua experiência, faço uns jogos, conto anedotas, faço perguntas e, dois dias depois, lá os consigo ver interessados e a tentarem levar alguma coisa diferente.

No final despeço-me, agradeço e digo que - «formação não são receitas, chegou aqui sem problemas e com necessidades de saber, sai daqui com muitas perguntas e dificuldades e interrogações.»

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Deixar algum trabalho... nas férias!

Nestas últimas semanas o tempo foi todo utilizado para tentar deixar avançado o trabalho.

O objectivo eram as férias. Algum descanso por conta de todos os trabalhos destes meses. Agora era retirar o meu tempo e dá-lo só aos meus.

Fomos para a paria, mas mesmo assim lá tive de interromper por dois dias para ir do Algarve ao Porto e volta. Pegunta o Mecas: Para quê? QAue coisa tão urgente era essa que não podia ser feita uma semana depois?

A questão é mesmo essa. Nós não conseguimos saber se o grau de urgêncioa posto pelo cliente é verdadeiro. Desta vez lá fui a fazer 250 Km num dia e 850 Km no outro para estar no Porto 2 horas e resolver uma coisa que podia ter sido realizada por telefone.

O acompanhamento pelos utilizadores locais é muito difícil de obter, com inteligência. E quando se consegue alguém que perceba oque pretendemos, ele ganha confiança e pôe-se a fazer o que mais gosta - INVENTAR. Dá logo desgraça e perdem-se umas horas oudias para solucionar o que estava bem.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Almoço em Futila

Hoje é sábado e o programa está cheio. Vamos almoçar a Futila uma praia na estrada antes do Malongo (a base da Chevron em Cabinda). Um restaurante com uma pequena piscina mas onde se come muito bem.IMG00770

Seguimos para lá ao final da manhã, que perdemos a tentar organizar a casa de passagem onde estamos isntalados, para a aoutra equipa que está cá - a tripulação de um navio. São italianos e estão completamente desajustados e imbuídos duma importância que os leva a querer condições acima das que é possível atribuir em Angola e, muito mais, na província.

Enfim uns «dottores».

Chegámos pelas 13 horas. Estava muito cinzento e até frio. Pusemo-nos em fato de banho, encomendámos uns camarões com gin tónico, para tomar ao pé da piscina e garoupa grelhada com vinho branco ao almoço. Estva muito pouca gente no restaurante e fomos atnedidos de seguida. Fabuloso só era pena o tempo estar frio.

IMG00776 Após o almoço voltámos para Cabinda, para nos prepararmos para o casamento do ano em Cabinda. Só o jantar, porque aqui não obrigam toda a gente a ir ao casório à Igreja e ao registo - aonde só vão os padrinhos e família chegada. Mas convidam toda a fina flor da cidade para um jantar, depois das 21.30, no cinema da cidade, de onde se retiram os bancos. Um show, com foguetório, e fotografias, com todas as meninas vestidas a rigor e os homens de fato e gravata.

Até o João - marinheiro - foi obrigado as ir e andámos pela cidade à procura de um fato a condizer para a ocasião. Isto foi o que se arranjou e foi até melhor que aquilço que se esperava.

As imagens do casamento estão em Casamento da Bia em Cabinda

O velho marinheiro

Sabes como é que dois porcos-espinhos fazem amor?

Está conosco mas a trabalhar há meses para o porto um 'velho' marinheiro já reformado que para aqui veio qunado acompanhou dois rebocadores adquiridos em Setúbal. Ficou para ensinar aos trabalhadores da operação algum do seu conhecimento. Mas eles só aprendem o que querem que nunca é o que necessitam.

IMG00756 Assim, vai para o trabalho e tenta levar isto da melhor maneira que pode, entretanto criou uma vida própria semelhante à que muitos aqui vivem - uma mulher e algumas 'damas' - o que lhe garante algum equilíbrio no trabalho de doidos em que se comprometeu vai para mais de seis meses.

Para não se enganar nos nomes das meninas chama a todas fofinha e trata todas o melhor possível. Chegou já a juntar todas a uma mesa e a safar-se sem elas saberem. Grande homem!

Então tem uma menina de 15 anos - a OFICIAL, a quem pagou a Casa das Tintas (ou seja, a escola dos familiares e amigos da família que a vão ensinar a  viver com ele em todos os sentidos), e uma que é manicyre, a segunda (esta não coinhece as outras) e, finalmente uma congolesa que vem de vez em quando a Cabinda e que deve andar com outros, claro..IMG00780

Não se cala, tem sempre uma anedota, uma piada ou uma resposta e ninguém consegue estar mal disposto ao pé dele. Tem também um talento para tudo o que tenha a ver com o trabalho dele e consegue encontrar as soluções para os problemas, sem nunca pôr em causa as pessoas com que trabalha e de quem na maior parte do tempo discorda.

Fala tanto que à svezes cansa.

Agora a resposta à adivinha:

Os ouriços fazem amor, com muito, muito, MUITO CUIDADO.

Sempre o trabalho

Apesar de a estadia ser motivada por trabalho e estarmos sempre envolvidos neste, lá se consegue fazer outras coisas que vão surgindo através da ligação ao local e às pessoas.

Estou convidado, para estar no próximo sábado, no casamento da moda emCabinda. Vai lá estar toda a gente importante da terra claro. Aqui tinha de ser diferente, então agora fazem os casamentos à noite.

Vamos só ao jantar, depois falo sobre isso. Hoje vamos falar sobre as condições de vida em que deposi se vai trabalhar. O quarto, a comida, as instalações sanitárias e as condições gerais - água e electricidade.IMG00765

Estamos a viver naquilo que eles chamam uma «casa de passagem». Uma casa alugada com condições medíocres de habitabilidade na qual foram feitas algumas modificações e se adaptaram ou adquiriram alguns meios.

Os quartos são mesmo o mais elementar e os colchões têm as molas cansadas. Depois de umas horas de sono tenho as costas com tantas dores que tenho de as massajar para me levantar.

Aqui, nesta altura do ano, durante a noite a temperatura desce até aos 12 - 14 graus e até ao segundo dia não havia cobertores. Agora porque os comprámos temos uma mantinha que nos tapa as costas. Pelo menos já dormimos sem frio.

IMG00766 A comida é cozinhada por uma cozinheira, mas como somos entre 7 a 10 pessoas. ela engana-se com regularidade na quantidade e nunca para mais. Assim, ficamos pela fruta ou comemos depois noutro lado qualquer coisa. A àgua é transportada por um camião tanque, não é potável e eles esquecem-se que para tanta gente têm de encher o depósito cada dois dias. Faltou na quarta e hoje sábado também. A seguir levam 6 horas para reencher. Só pequenas crises, que se resolvem de forma simples.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Sempre em festa

Como estamos deslocados, em trabalho, temos a sensação que o mundo à n ossa volta como que anda mais devagar e que, como desconhecemos as pessoas do novo lugar,   IMG00740 a vida não decorre a um ritmo tão rápido como a nossa.

Na noite da chegada fui convidado para o aniversário de uma rapariga da empresa, no restaurante em que normalmente ficamos quando em Cabinda.

Festa cabindense com lagosta, galinha filhote e peixe com para aì umas 30 pessoas.

Depois de um dia de trabalho no fim de uma viagem de 1 dia deu para não me incomodar com as más condições de alojamento e dormir umas horas.

Do alojamento falaremos a seguir, que esse será tema de alguns escritos.

Tenho um problema por resolver. O acesso à internet para publicar isto, vou tentar ir a um quiosque internet.

Chegada a Cabinda

A viagem até correu bem, sem problemas no avião nem à chegada a Angola. Fiquei a dormir num hotel - tipo residencial de 2 estrelas - perto do aeroporto de Luanda. No dia seguinte,

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às 6 da manhã lá fomos para as carreiras domésticas, apanhar o avião para Cabinda.

A gare estava muito sossegda e pelas 9 da manhã já embarcara num Embraer 125 já com uns milhares de horas de voo. Mas estas são as condições do paìs e apesar disso, nem há muitos acidentes.

O voo demorou 1 hora e a aproximação ao aeroporto foi espantosa já que voámos durante uns 5 minutos a pouco mais de 100 metros de altura, num autêntico carrossel umas vezes para baixo outras para cima. A bordo tudo sossegado pois esta é a forma normal de chegar ao aeroporto de Cabinda.

IMG00733 O aeroporto de Cabinda apesar de pequeno era moderno e com um aspecto muito profissional, a léguas de distãncia da balda confusa que se sente em Luanda.

Foi chegar e começar a trabalhar porque ainda estava por montar uma parte importante do sistema.

Parecia que esperavam que lhes viesse resolver todos os problemas.

sábado, 28 de junho de 2008

Agora é mesmo para Cabinda

Sigo hoje para Cabinda com estadia por uma noite em Luanda. Agora, como os aviões da TAAG são de dia e a chegada a Luanda se faz de noite, alcançar Cabinda só no dia seguinte.

Vai ser uma viagem «interessante», de novo na TAAG a voar em aviões emprestados e com um serviço africano, claro. Vou tentar conseguir um lugar no corredor do avião para conseguir pelo menos estar com as pernas mais à vontade. Depois conto.

Comprar bem!

A realização de um gran de evento representa a craição de um pequeno mundo temporário para onde são transportadas pessoas que comungam de interesses que no evento são realçados ao extremo possível.

O que ocorre no evento é diferente todos os anos, mas as actividades e as pessoas que organizam são as mesmas apesar de tudo aparecer com outras e novas qualidades. Quando se delegam capacidades para a realização e não se garante o efectivo controlo da execução e a correpondente entrega progressiva de resultados o sucesso pode estar em questão.IMG_0094

A confiança que se tem nas pessoas ou organizações, a presumível competência e experiência não são nada quando a medida dos resultado é negativa. Um processo de controlo tem de assegurar a todo om tempo que este ritmo de resultado é cumprido.

Mas esta avaliação é mútua. Ambas as partes são responsáveis pelo controlo e pela medida e a todo o tempo deve ser possível reavaliar e alterar o que não está a correr como deria devido.

Comprar bem é também isso. Comprar é fácil e ainda mais fácil quando o dinheiro não é nosso. O difícil é comprar bem com o nosso dinheiro.

domingo, 1 de junho de 2008

Raid além do Cuanza

O sábado foi dia de espera para a viagem de regresso e fomos fazer uma viagem em que pudesse de novo ficar envolvido pelos horizontes infindáveis que a África oferece. Como o dia era de descanso, pensava que seria mais fácil iludir o engarrafamento contínuo do trânsito na cidade saindo em direcção ao Cabo Ledo.

Imagem no mapa

A viagem seria de uns 130 Km até ao nosso destino, com saída pela estrada de Belas, o que gastou logo uma hora de percursos por diversos atalhos para obviar às filas constantes no acesso aos «kilómetros» e ao embarcadouro do Mussulo. Chegámos a andar pela praia, graças ao jipe, para fugir a paragens mais prolongadas na estrada e lá conseguimos chegar á estrada para a barra do rio Cuanza.

Nenhum do nós conhecia o local, sabíamos que tínhamos de passar o rio e, depois de mais de uma hora de viagem para além do rio, concluímos que nem o Francisco, o nosso motorista, fazia ideia do sítio.IMG_0459

Parámos e perguntámos num sítio onde se cozinhava, debaixo  de barracas cobertas por capim, churrascos de frango enfezado e se vendiam bebidas, tipo área de descanso Angola Style. Ficámos a saber que já passáramos o local há uns 50 Km - aproximávamos-nos de Porto Aboím.

Invertenos a marcha andamos uma dezena de Km e temos de parar pois tinhamos um pneu furado. A hora de almoço já fora, eram aì umas 3 horas da tarde.

IMG_0467 Após uns 20 minutos de trabalho e só com o auxílio do manual do carro conseguimos substituir o pneu e continuar o caminho. Almoçámos um arroz de marisco que soube às mil maravilhas - com ajuda da fome que já tínhamos.

O regresso levou, só para entrar em Luanda, após chegarmos ao bairro de Benfica cerca de 2 horas. Fizéramos 370 Km a uma média de 60 Km e quase sempre em asfalto.

Começou a última e curta noite em Luanda pois  pelas 5.30 já estávamos a caminho do aeroporto para evitar qualquer atraso que dificultasse a viagem de regresso, pois todos desejávamos voltar a casa.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Noite de Luanda

Em Luanda a noite é sempre uma ocasião para sair e para gozar a vida e para esquecer a dureza da vida numa cidade de contrastes brutais.IMG00654

A capital de Angola continua com uma intensa vida nocturna, que penso que manteve sempre durante a guerra e se alargou com a paz. Isolados como estávamos à noite procurávamos ir a restaurantes mais ou menos conhecidos, mas sempre muito caros, para jantar e aproveitar o tempo. Ãndam muitos carros nas ruas e, em especial, na marginal e na estrada da Ilha. Esse movimento prolonga-se noite fora.

Junto aos restaurantes grupos de jovens porcuram ganhar uns trocos arrumando os carros, fazendo serviços ou aproveitando algum descuido para roubar quem se mostra pouco à vontade.

Como de costume, não conseguia estar acordado até muito tarde, já que o «despertador» interno me acorda pontualmente às 6 da manhã e como os jantares se prolongavam decidi. na sexta-feira, sair mais cedo para o Hotel.IMG00668

O motorista veio buscar-me e ao sair do estacionamento um destes jovens decide dar um pontapé no carro. Ele salta do carro agarra o tipo, saca de uma pistola e no meio da confusão dá um tiro para o ar que ressoa. Cria-se uma confusão que leva mais de 10 minutos a resolver, durante os quais, com calma, me mantive dentro do carro de portas trancadas.

Para evitar mais problemas, após chegar ao hotel, os restantes membros do grupo regressaram também. Assim evitámos que o grupo se reorganizasse e procurasse agredir o nosso motorista Rambo.

Mais uma pequena aventura no Far South.

sábado, 24 de maio de 2008

De folga, no Mussulo

Acabado o trabalho, por esta vez e devido à necessidade de pagar um valor inferiro das viagens, tive de ficar dois dias adicionais. Então pôs-se a questão - a fazer o quê? Já agora vamos conhecer melhor a terra ou reconhecer, segundo o ponto de vista.IMG_0382

Marcámos uma ida ao Mussulo, com praia, almoço e descanso. Lá fomos, pleo trânsito infernal dum mdia de semana en Luanda, mesmo indescritível.

Ao chegarmos ao embarcadouro, tomámos o barco para um dos «complexos» turísticos da ilha, que agora é uma península. O local para onde fomos era um restaurante dentro de um ponto arborizado da ilha e com uns bungallows para alojamento. A praia tinha umas trinta cadeiras de praia e uns guarda-sóis à maneira do brasil. A água é precida com a da Troia dom lado do rio, perto dos fuzileiros, mas com a água mais quente, só que nunca se fica sem pé.IMG_0389

Lá ficámos, almoçámos, e passseámos até às 4 da tarde, pois os dias são mais curtos aqui e para atravessar para terra leva uns 15 minutos.

Depois, para regressar a Luanda fizemos duas horas de carro para percorrer uns curtos 10 Km, pelo trânsito do final de dia na cidade.

Lindo.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Luanda, fim de tarde

Começámos ontem o trabalho aqui. Durante 7 horas seguidas com um grupo de 15 pessoas, procurie enontrar um caminhoque lhes fosse útil para a vida. Cheguei às 5 horas cansado e depois de me «dfesfardar», fui andar por Luanda já ao início da noite - aqui o dia acaba mais cedo.IMG_0313

Os engarrafamentos de transito são a forma de conduzir. Há milhares de jeeps e carros grandes e velhos carros utilitários que tentam sair da cidade. Está o trânsito todo parado e não parece haver um sentido definido de saìda porque todos têm de sair já que vive, fora da antiga Luanda, nas dezenas de quilómetros de casas e barracas que a envolvem.

Andar a pé de noite exige muita atenção porque os passeios quase não existem, há buracos de obras e de chuva por todo o lado e IMG_0338alguns estão cheios de água. Mesmo nas zonas onde estão as sedes das companhias e bancos os arranjos exteriores são maus e a confusão de trânsito e pessoas é grande. Os carros andam devagar devido aos maus pisos, mas há muitos.

Chegam as 20 horas e acaba o tráfego. Só algumas pessoas saem à noite, normalmente os estrangeiros e há pouco para fazer  - uma dúzia de restaurantes com guardas e uma ou duas discotecas.

domingo, 18 de maio de 2008

Angola ao domingo

IMG00626Depois de fazermos a montagem das  salas necessárias para o dia seguinte fomos almoçar à ilha e molhar os pés. O tempo melhorou para a tarde e ficou um sol simpático.IMG00627

Fomos ao Caribe - restaurante com praia privativa perto do fim da ilha e comemos umas lasgostas e cerveja, após o que fomos molhar os pés.

Ficámos até ao pôr-do-sol, que, em Angola, é uma hora mais cedo e voltámos para o hotel. Hoje vou-me deitar cedo porque amanhã começa a formação e ainda tenho de preparar umas coisas para a sessão de amanhã.

Chegada e controlo de fronteira

Cheguei às 6.40 a Luanda e alcançámos a sala de controlo de fronteira pelas 7:00. Até às 9 a um ritmo de 3 minutos por cada passageiro 5 «diligentes» funcionários faziam perguntas às quais conheciam a resposta. IMG00603

No avião vinham 300 passageiros e assim compreende-se a dificuldade do controlo já que tratar destes passageiros ocupa-lhes 3 horas.

O púlpito em que se encontram é interessante porque cria uma relação de dependênci do mendicante para o funcionário que a eles agrada.IMG00607

O procedimento é composto pelas tais perguntas, a identificação do passaporte pelo sistema de leitura e a escrita do nº de entrada num papelucho que se preenche e do qual nos entregam um canhoto para devoilução à saìda.

Após este procedimento lá carimba o visto e o papel e deixa o mendicante passar. Anadamos 10 passos e um supervisor pede-nos o passaporte para verificar os carimbos. Passamos então à bagagem

sábado, 17 de maio de 2008

De Regresso...

Lá me deram novo visto e parto hoje para Luanda. Outra daquelas viagens em que o trabalho deixa pouco tempo para ver as vistas, conhecer pessoas ou procurar uns artigos locais para prendas.

Impossível! Arranja-se sempre tempo..., dizem os amigos.

Difícil para quem tem de acompanhar outras pessoas - 14 - num processo formativo de acrescer conhecimentos. Não conheço as pessoas, não sei de onde provém, o que fazem, quais as empresas e que esperam da formação. Começo totalmente às cegas, só com os conhecimentos e a experiência que me levaram a ser seleccionado.

O primeiro dia serve para identificar a situação e muitas vezes adaptar os conteúdos ao que os participantes globalmente esperam obter. Mais trabalho para o final do dia, muitas vezes

Talvez consiga estar decontraído no final do segundo dia.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

O Equador duas vezes num dia

Há viagens que são inesquecíveis pelas razões contrárias às esperadas.
Fui contratado por um cliente para instalar osn sistemas de informação e modernizar o funcionamento em rede e permitir aperfeiçoar os métodos e controlar os acessos a informação e ficheiros de trabalho da empresa. O trabalho localizava-se em Cabinda e os recursos locais não possuíam os conhecimentos para fazer as actividades necessárias em autonomia. Para isso era necessário regressar a Angola.
Preparou-se a viagem e aproveitando o Visto de entrada em Angola já pedido na viagem anterior, definiu-se a data mais provável para haver condições de trabalho e marcou-se as viagens. Tudo pronto, lá embarquei com outra pessoa que ia realizar um trabalho complementar.
À chegada enfrentámos o habitual controlo de fronteira com umas filas desorganizadas e pavorosas. Quando chegou a minha vez o funcionário detectou uma sombra de carimbo no visto e disse que já não poderia entrar. Lá falei com ele, mas este chamou o chefe, que me mandou segui-lo e após algumas peripécias vi-me recambiado para a porta de embarque com bilhete na mão de um polícia e condução para o mesmo avião em que tinha voltado.
Para experiência ficou a passagem sobre o Equador duas vezes no mesmo dia e 36 horas acordado, sendo que 20 passadas em aeroportos ou aviões, melhor avião porqwue fui e voltei no mesmo.

domingo, 27 de abril de 2008

Viagens de trabalho

As viagens de trabalho são sempre aborrecidas e cansativas. Vai-se para um sítio trabalhar e quem nos contrata só nos quer lá o tempo indispensável para proprocionar os resultados esperados. Chegamos, assim, na noite anterior ao começo do trabalho e somos «despachados» para o aeroporto no primeiro avião de partida para casa.

O regresso a casa até é bom, já a chegada na noite anterior e o começo do trabalho na manhã seguinte são um pouco angustiantes. Passei já algumas noites sem dormir com sossego, em antecipação do trabalho a executar num local novo, com pessoas desconhecidas e com experiências muito diversas.

Depois são 3 a 5 dias de trabalho das 9 às 17 em que os participantes tentam tirar o máximo de informação e conhecimentos possível. Após o que: - Muito obrigado, até à próxima.

- Quer um táxi para o areoporto?

O meu tipo de trabalho tem destas coisas.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Viajar numa companhia africana

Para chegar e sair de Angola há várias companhias de aviação a fornecer serviços e entre estas as compnhias de bandeira africanas. Estas praticam preços mais baixos desta forma atraem muitos passageiros. Note-se que o preço de uma viagem para Angola, por exemplo pode ser o doobro do valor da mesma viagem  para o Brasil.

Para praticarem estes preços claro que o sacriofício é feito na qualidade do serviço e na forma como se organiza o voo e a estadia a bordo. Começa tudo no embarque...IMG00529

A confusão é generalizada quando se chega ao aeroporto, a fila nunca mais anda, claro. Usam velhos 747 para levarem 300 ou mais pessoas e carga acompanhada.

O serviço é uma caricatura do serviço das companhias eurpeias. Procuram apresentar com o mesmo tipo de refeição, com comida semelhante, mas como o catering é local sai sempre parecido com uma péssima imitação das outras companhias de bandeira.

O serviço é feito por mais assistentes que as outras companhias, mas ningém atende quado se chama. O copo de água fica à espera do 3º pedido já com alguma insistência.

No meio da confusao organizada há sempre alguns que são atendidos mais depressa ou melhor. São amigos ou conhecidos que fazem a viagem e que dão a oportunidade de conversar e fazer um favor. Julgo que pensam que assim terão favores do outro quado se encontrarem com eles nos respectivos trabalho.

A classe executiva é o pouso dos «directores» e acompanhamentos dos mesmos O fornecimento de bebidas é à discrição e  espaço para as pernas também.

domingo, 20 de abril de 2008

O Pesadelo do utilizador «à vontade»

O trabalho tem sempre novos aspectos e cria-nos situações que transformam as nossas semanas em ocupações solitárias para solução de problemas inimagináveis.

A criatividade e a inacreditável forma como os utilizadores usam o que não conhecem por analogia àquilo que em casa fazem sem consequências imediata, faz surgirem prtoblemas cuja causa é difícil de identificar (quando possível) e cuja solução é muitas vezes refazer tudo.

O acesso aos servidores por curiosos que têm receitas milagrosas é a raiz mais remota dos problemas.

A história vai ter alguns capítulos mas é muito pedagógica.

Um cliente decidiu fazer umas estantes novas e logo na sala de servidores. Em vez de construir tudo fora, e assemblar depois, monta uma marcenaria e realiza os trabalhos de adaptação todos no local.

Subitamente o servidor sobreaquece e desliga-se de forma sistematica váreias vezes aodia, até que um dia já não reinicia.

Resultado, quando se abre a máquina verifica-se que o cooler dos processadoresestava perro de pó e serradura provocada pelas trabalhos de carpintaria realizados. Estava tudo colado devido à humidade dos dias recentes de Outono.

Após um período em fuincionamento de emergência instalou-se novo servidor e o trabalho recomeçou.

O cliente então decidiu adquirir outro servidor para ter redundância de domínio e de serviços. Então, instalou-se um segundo PDC, mais moderno, para o qual se transferiram os Roles principais. Autonomizou-se também a UPS para este equipamento.

Durante uns meses as coisas correm bem. Até que...

quarta-feira, 26 de março de 2008

Como somos gregários

A chegada a umo novo local, com novas pessoas, novo ambiente e as correspondentes regras não é fácil. Temos a necessedidade de criar os nossos territórios e protegermos a nossa pessoa e criarmos uma imagem que nos espelhe.

Em locais isolados e desconhecidos com algum risco associado esta atitude tem de ser doseada para que se posam criar as pontes de contacto que nos permitam deixar o isolamento e fazer algo em comum, ter assuntos de conversa, ajuadar outros a crescer.

 IMG00488 A deslocação a Angola e à base foi um destes c asos. o propósito era formar as pessoas na utilização de uma nova ferramenta de gestão de projecto que a empresa adquiirira e que era exigida por alguns dos trabalhos que realizam. Mais de metade das pessoas a que se destinava a formação nunca tinham visto ferramentas similares, mas estavam envolvidas em processos de trabalho a que estas ferramentas se destinam. Foi assim mais fácil estabelecer contacto já que em grande parte falávamos a mesma linguagem.

IMG00499O grupo era composto na sua maioria por pessoas já há algum tempo deslocadas e, assim, já habituadas às condições. Os poucos que tinham chegado há menos tempo foram aqueles com que me senti mais adaptado, já que tinham problermas similares de adaptação e me ajudavám a ocupar os muitos tempos mortos.

Até li o livro que um deles acabara de escrever. História ligeira e com boas descrições das personagens. Talvez lhe mudasse o final, mas bom para passar o tempo.

domingo, 23 de março de 2008

Como com abundância se faz medíocre

Essencial para quem está a trabalhar deslocado é a alimentação. Neste caso, restaurantes ou até «tascas» são coisas que não existem e ainda mais quando nos encontramos a mais de 5 Km do centro da cidade. Vende-se de tudo ao longo das estradas, mas não vi nada que se pudesse pensar ser uma casa de pasto que servisse uma refeição.

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A única forma de alimentar os trabalhadores nas empressas é oferecer a alimentação em refeitório, o que até é a solução que em todo o mundo evita perdas de tempo.

Na base, o refeitório tem horários estabelecidos e rígidos para evitar abusos. As refeições são iguais para todos os trabalhadores e ao almoço as refeições são realizadas no refeitório, para todos os trabalhadores só os quadros almoçam, durante a semana de trabaho, numa sala separada em que encontram aqueles que estão na base a essa hora. Os que estiverem em obra tomam aì as suas refeições nas condições em que for possível.

A comida é farta, não há limites a repetição, mas a apresentação que tem, o resultado final e o sabor não ajudam a repetições. Ninguém tem fome, mas também ninguém fica satisfeito pela qualidade alcançada. Exemplos flagrantes são as refeições grelhadas em que os pratos oferecem os seus componentes principais, carne ou peixe, com o preto como cor forte.

Alguém se imagina a comer ao jantar umas fanecas grelhadas até queimar com arroz. Espantoso.

Como é possível tendo os componentes principais com relativa qualidade, as ferramentas de fabrico modernas e a mão-de-obra conseguir ter resultados tão medíocres. Um problema elementar de gestão cujo diagnóstico é simples: não há efectivo controlo de execução do serviço e os resultados reflectem a impreparação dos executantes e a desatenção dos responsáveis - o cozinheiro.

sábado, 22 de março de 2008

A Vida na Base

Em Angola é uma hora a mais do que em Portugal, neste momento. Habituado como estou a levantar-me cedo, troquei as horas todas e, para não apanhar calor, levantava-me para correr às 5.30 (significaria se estivese em Portugal, que eram 4.30). Tomava bano às 6 horas e às 6.30 estava no pequeno almoço, que terminava às 7.15.

IMG00491Na base todos têm de estar a trabalhar às 7.30 e os expatriados dão o exemplo.

Para mim que tinha um trabalho específico, esta situação significava ficar à espera das 7 às 9 para poder começar o trabalho.

Aproveitava para rsolver problemas correntes da vida, responder ao correio, tratar de coisas pequenas e preparar as sessões de formação que iniciava àquela hora.

O primeiro dia correu muito bem e o trabalho terminou um pouco depois das 17 horas. O almoço foi às 12.30 acompanhamdo os participantes da formação.

O jantar tinha de ser tomado às 18.30 e depois voltava para a sala para ver mais umas coisas no PC e falar com os últimos a chegarem à base.

Depois ia para o quarto, via um pouco de TV e ia dormir depois de ler.

sexta-feira, 21 de março de 2008

Em Angola por dias

Este blog conta e mostra algumas das expriências de vida «fácil» que vou tendo devido à minha profissão e ocupação.

Esta é a experiência de 6 dias em Angola para formação numa empresa industrial com obras importantes em toda Angola.

Na rua e na venda

A vida e a percepção do funcionamento de Luanda nestes dias é como a foto, está lá tudo, mas está torto e com tendência a não se aguentar.

Vou-lhes contar como em conjunto com alguns expatriados portugueses que procuram, trabalhando duro, numa empresa angolana, endireitar e ajudar a mudar para melhor esse país tão rico e de tantas diferenças.