Na vida 'despreocupada' que levo, com independência e relativa liberdade pessoal e profissional, reparo que a necessidade de satisfazer o cliente traduz-se numa «prisão» igual à que muitos dos meus colegas têm nos seus empregos.
Os meus amigos enfrentam todos os dias a obrigação de estar no emprego a determinadas horas, de lá permanecer fazendo alguma coisa mais ou mesnos importante e que garanta que no final do mês irão ter a retribuição esperada. Uma vez por ano, são sujeitos a um processo anedótico de avaliação em que todos fingem ser ou os melhores ou que são maus mas não tão maus como isso. Enfim, vamos lá manter o emprego!
Quando deixei de ter emprego e de andar a aldrabar como os outros, fiquei só com trabalho. Enfim, todo o trabalho para o qual ainda possuía conhecimentos ou competências e conforme as minhas capacidades de tempo e recursos, ou seja, não muito por impossibilidade física. Passo a explicar, o trabalho para outros implica a oferta de disponibilidade de tempo exclusiva, o que impede de se poder trabalhar ao mesmo tempo para mais do que um cliente. Até se pode tentar, mas há sempre o risco de perdermos o cliente actual.
Passamos a trabalhar por encomenda e a adorar ter, de vez em quando, uma aberta para não fazer nada. Férias é difícil de marcar, porque antes de as podermos tornar fixas com compra de hotel e viagens, algum cliente marca algo que é «indispensável» para ele.
Vou ter de programar tempo para conceder ao meu mais importante cliente - Eu.
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