quarta-feira, 28 de abril de 2010

Turbulência ou inefectividade

O mercado encontrou outra presa e avaliou as defesas. Detectou a fraqueza inerente às defesas da presa – aparentar mais força do que a realidade e não fazer nada para se fortalecer.

O jogo era o da aparência, fazer crer ao mercado que a situação não era má, que estava sob controlo e que até havia ideias, mas só para aplicar em 2011. Aproxima-se o final de Abril, é necessário renovar uma parte importante da dívida - nem sei 20 a 30 biliões de euros, então quando vamos pedir mais emprestado para pagar o anterior o «mercado» - a banca internacional – diz que sim mas com um juro no dobro do anterior. Eis, em poucas palavras a turbulência.

Para confirmar relembre sobre a Dívida Pública.

Porque é que estamos tão fragilizados?

dinheiro O ex-ministro Campos e Cunha põe o dedo na ferida e afirma «A culpa não é dos ataques especulativos. É evidente que os mercados reagem a notícias e Portugal não dá notícias. O primeiro-ministro não fez uma afirmação clara nos últimos dois meses, não fez compromissos políticos, claros e públicos, não actuou em conformidade com a gravidade da situação, parecia que estava a governar ou não governar como se nada estivesse a acontecer».

A eficiência é notada mas o seu efeito continuado – a efectividade – é a garantia de que há um rumo e uma direcção eficaz no governo de um país. Este nosso governo faz figura de eficiente, nem sequer muito eficiente, mas é só isso, pois até para aplicar as medidas que aprova embaraça-se na regulamentação, que devia estar preparada quando se trata das grandes linhas. Somos governados por anedotas, chicos espertos que são muito bons em jogos de palavras, mas nos actos consequentes e efectivos não. Esqueçam.

Já Platão dizia: O castigo de quem não se interessa por política é ser governado pelos seus inferiores.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Será que há alguém ao leme?

Portugal parece um navio sem rumo e desmastreado, num mar de tempestade.
Do governo não sabemos o que faz. Apresenta um PEC que é uma orientação e depois leva meses a regulamentar umas poucas medidas, começando por aquela que dizia que só fazia mais tarde. Niguém consegue perceber.
O barco está deriva e o timoneiro está distraído, a pensar talvez no seu futuro.
Os ministros andam ocupados em tratar de assuntos estranhos como esta viagem do Ministro das Finanças  a Angola (caixeiro vigante das construtoras). Olha no I:
“Teixeira dos Santos, ministro das Finanças, avançou ontem durante uma visita surpresa a Angola, que a linha de crédito criada em 2009 - que visava financiar projectos de investimento público e de infra-estruturas a serem executados em Angola -, vai afinal ser usada para pagar as dívidas do Estado angolano. "Ficou acertado que a linha de crédito de 500 milhões de euros, que já fora acordada em 2009, possa a ser utilizada para efectuar pagamentos a empresas envolvidas em projectos angolanos e relativamente às quais possa haver atrasos nos pagamentos", disse o governante português, citado pela Lusa, após uma reunião com o homólogo angolano, Carlos Alberto Lopes. "Competirá às autoridades angolanas identificar as empresas que deverão prioritariamente ver essas regularizações feitas, mas tendo em conta as áreas onde maior actividade existe, não será de estranhar que essa [construção], seja uma das áreas contempladas", disse Teixeira dos Santos.”
Estou a ver um «lugarzinho» no coração de algumas empresas. Entretanto…

O país conseguiu chegar ao final de Abril sem Orçamento de Estado promulgado e até, com a grande «batalha pela igualdade» ainda por estar ganha. Esta «batalha», mesmo entre aqueles a quem se dirige. não se reconhece como uma necessidade premente. Até seria interessante que tivesse sido promulgada pelo Presidente da República para que a união de facto fosse ultrapassada em direitos…
Luís