A minha mãe Benilde, nome lindo e quase impossível de hoje encontrar, faria hoje 100 anos se fosse viva.
Deixou-me há 30 anos e continua a não haver um dia que não me recorde dela. Ficou um vazio pela morte inesperada que foi mais forte porque não teve tempo de conhecer as minhas filhas e acompanhar a minha transformação para a maturidade ainda que tardia.
Esta foto que foi tirada após o casamento com o meu pai em 1950, mostra a sua beleza física que aliada à sua ética, compaixão e amor pelos outros espelha também a sua beleza interior.
Não teve uma vida fácil. Durante a gravidez teve um envenenamento alimentar no trabalho que quase comprometeu a vida dela e dos gémeos de que estava à espera. Eu e o Peli. Após o parto dos dois «montros» voltou ao trabalho como enfermeira no mês seguinte - conforme as férias de parto dos anos 50, em Portugal.
No final da década de 50 começou a sofrer de uma persistente dor nas costas que se veio a verificar ser uma hérnia discal lombar. Foi operada com relativo «sucesso», em 1961, mas ficou impossibilitada de trabalhar e foi reformada por invalidez. Desde aí, mesmo com pouca saúde, fez a sua vida apoiar-nos na educação.
O seu aniversário era sempre comemorado, por vontade dela, um dia antes para não calhar no dia de finados.
2-2-2019
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